Prevalência de sinais e sintomas de disfunção temporomandibular em alunos de Medicina
Resumo
A articulação temporomandibular é uma das mais complexas do corpo
humano.
A disfunção temporomandibular é uma doença de compromisso de muitas
outras, e está muitas vezes relacionada com dor orofacial de origem não
dentária.
A etiologia da disfunção temporomandibular envolve muita controvérsia e
pouco se sabe acerca da prevalência de sinais e sintomas.
Com este estudo pretende-se determinar a prevalência de sinais e
sintomas de disfunção temporomandibular e da própria disfunção
temporomandibular, numa população referente a estudantes de Medicina
Dentária do Instituto Superior Ciências da Saúde-Norte do terceiro ao quinto
ano, em relação ao género, ano que frequenta e ao tratamento ortodôntico.
Um questionário, desenvolvido por Fonseca, e um exame clínico, foram
aplicados a uma população constituída por 216 alunos de Medicina Dentária do
Instituto Superior de Ciências da Saúde – Norte. Encontramos que 142
indivíduos são do sexo feminino (65,7%) e 74 do sexo masculino (34,3%),
frequentam o terceiro ano 32,41%, o quarto 34,26% e o quinto 33,33%, 43,52%
realizaram tratamento ortodôntico e 56,48% não realizaram qualquer tipo de
tratamento ortodôntico.
Os resultados mostram que uma elevada percentagem de indivíduos do
que apresenta uma disfunção temporomandibular (72,22%), e um predomínio
do sexo feminino, concluindo assim que existe uma associação
estatisticamente significativa entre o género e a disfunção temporomandibular,
há também um predomínio da disfunção temporomandibular leve (41,2%) em
relação aos restantes grau de disfunção (26,39% para a moderada e 4,63%
para a severa). Em relação ao tratamento ortodôntico não encontramos
diferenças estatisticamente significativas.
Estes resultados indicam que a prevalência de disfunção
temporomandibular em alunos de Medicina Dentária do Instituto Superior de
Ciências da Saúde – Norte é semelhante à de outros trabalhos presentes na
literatura.
Em relação aos sinais e sintomas, tal como na literatura, o mais frequente
foi a existência de ruídos articulares com uma incidência entre 23,6% e 31,9%.