Prevalência da má oclusão em pacientes da consulta de ortodontia do Hospital Senhora Oliveira Guimarães
Fecha
2007Autor
Almeida, Ana Paula de Oliveira Donas-Botto Ochôa de
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Objectivo: O objectivo deste estudo foi determinar a prevalência da má
oclusão numa população referenciada à consulta de ortodontia do Hospital
Senhora da Oliveira em Guimarães, verificar a associação entre a má oclusão,
hábitos de sucção não nutritiva e respiração oral.
Método: Realizou-se um estudo observacional, transversal e analítico aos
doentes que frequentam a consulta de ortodontia do Hospital Senhora da
Oliveira em Guimarães. A amostra foi composta por 71 crianças de ambos os
sexos cujas idades variaram entre 6 e 18 anos apresentando uma média de
11,93+-2,154 durante o período de Janeiro a Maio de 2006. Na classificação da
má oclusão foi utilizado o método de Angle e Simon, para as variáveis
dependentes (idade e género) e variáveis independentes (tipo de alimentação,
duração do tipo de alimentação, hábitos de sucção não nutritiva, duração dos
hábitos, tipo de respiração, classificação molar, relação canina, mordida
cruzada anterior, overjet, mordida aberta, overbite, mordida topo a topo,
mordida cruzada posterior, desvio da linha média, mordida aberta,
apinhamentos, diastemas).
Estatística: A análise estatística dos dados foi feita utilizando a versão 14.0 do
SPSS. Atendendo à natureza das variáveis envolvidas a análise consistiu em:
estudo descritivo dos dados – variáveis qualitativas e quantitativas (tabelas
descritivas, gráficos de caixa-fio); estudo analítico dos dados: relação entre
duas variáveis, usando o teste Qui-quadrado, testes de associação de
Spearman; estudo comparativo – testes t-student e teste de Kruskal-Wallis. A
regra de decisão utilizada, consiste em detectar evidência estatística
significativa para valores de probabilidade (valor prova do teste) inferior a 0,05.
Resultado: Verificamos que dos 71 pacientes de ambos os géneros, 52%
eram do sexo feminino e as restantes do masculino 47,9%. A média de idades
era de 11,93%. Em relação á má oclusão verificamos que no sentido sagital: a
classe II molar era a mais prevalente 40,8%, assim como a classe II canina
33,8%; o trespasse horizontal apresentou uma prevalência de 57,7% para
valores superior a 2mm e a mordida cruzada anterior 12,7%; no sentido
vertical: o trespasse vertical apresentou 43,7% para valores superiores a 2mm,
a mordida topo/topo (18,3%), a mordida aberta estava presente em 8,5% da
amostra em estudo; no sentido transversal: o apinhamento antero superior foi o
mais prevalente (39,4%) seguido do apinhamento antero inferior (31%), o
desvio da linha média apresentou-se mais para a direita (32,4%) em relação ao
desvio para a esquerda (15,5); a mordida cruzada posterior unilateral e bilateral
obtiveram prevalências (15,5%-16,9%) respectivamente presença de diastema
superior foi de 31% e a mordida em tesoura foi a má oclusão com menor
prevalência (2,8%) verificada no nosso estudo. Existe diferenças
estatisticamente significativas entre o género feminino e a mordida topo/topo
(84,6%) e o género masculino com o trespasse vertical (66,7%). Em relação
aos escalões etários a dentição permanente apresenta valores estatísticos
significativos com a relação canina (55,6%) e o apinhamento antero superior
(53,6%); a dentição mista apresenta valores significativos com a presença de
diastemas (82,4%). Os hábitos se sucção não nutritiva obtiveram uma
associação estatisticamente significativa com a má oclusão e com o tempo
médio de duração do hábito. A respiração oral apenas está associada com a
mordida aberta com uma prevalência de 83,3%.
Conclusão: Estes resultados suportam o ponto de vista de que o controlo da
saúde das crianças pela parte dos Médicos Pediatras e dos Odontopediatras
para a identificação percose dos hábitos de sucção não nutritiva, alterações do
tipo de respiração e presença de más oclusões é fundamental para um
tratamento percose das alterações dento-facial.