Atendimento em cuidados paliativos pediátricos: a perspectiva dos profissionais de saúde - directores clínicos e de serviço
Resumo
Os CP, segundo a OMS (2002),têm como objectivo proporcionar ao paciente e à sua família uma melhor qualidade de vida, estando, de acordo com Twycross (2003, cit in Cerqueira, 2005) pensados para os pacientes em processo de fim de vida.
De acordo com Himelstein, Hilden, Boldt e Weissman (2004), a morte não se trata de um sinónimo de velhice, mas, poderá ocorrer ao longo de todo o ciclo vital. Com base nisto, mostra-se importante pensar na prestação de CPP direccionados para a criança e para a família, procurando, através da satisfação das necessidades (físicas, emocionais, espirituais, entre outras) alcançar o bem-estar e uma melhor qualidade de vida (ibidem).
No sentido de explorar a perspectiva dos profissionais de saúde relativamente aos CPP recorremos a uma amostra de Directores Clínicos; Directores de Serviços e Psicólogos (n=10),dos Hospital de S.João E.P.E.; Centro Hospitalar do Porto; Centro Hospitalar Póvoa do Varzim/ Vila do Conde, Instituto Português de Oncologia do Porto e Hospital de S.Marcos (Braga) os quais preencheram uma versão adaptada e traduzida do questionário ISAT – Institutional Self – Assessment Tool: Unit Form (Levetown, Dokken, Fleischman, Heller, Jose, Rushton, Truog, & Solomon, 2002) for the Initiative for Pediatric Palliative Care (IPPC) .
Os resultados obtidos permitem perceber a expressão clara da percepção que os profissionais de saúde possuem relativamente a CPP. Ficou evidente que a maior percentagem menciona a necessidade da existência de uma equipa especializada em CPP, de carácter multidisciplinar, que intervenha junto das crianças e família a fim de colmatar as necessidades sentidas. Verificou-se, ainda, que a intervenção dos profissionais de saúde ao nível dos CPP é perspectivada com um carácter transversal que decorra desde que a criança se encontra em condição de fim de vida até ao pós morte, sendo este último momento dedicado à família, amigos e cuidadores formais que acompanharam a criança. Apesar da inexistência de unidades de CPP, bem como, de camas reservadas para esse fim, torna-se evidente a flexibilidade existente nas instituições e nos profissionais de saúde para que as necessidades da criança em, condição de fim de vida, sejam, igualmente, satisfeitas.