Crenças sobre violência conjugal em casais angolanos da província de Benguela
Abstract
A violência conjugal, se manifesta no quotidiano de alguns casais como facto repetitivo, cruel, por vezes naturalizado.
Mais de um bilhão de mulheres no mundo (em cada três) foram espancadas, forçadas a manterem relações sexuais ou sofrerem outro tipo de abuso, (CFEMEA 2007,p.16).
Segundo a Sociedade Mundial de Vitimologia (IVW), ligada ao governo da Holanda e a Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil é o país que mais sofre com a violência conjugal: 23% das mulheres brasileiras estão sujeitas a este tipo de violência (CFMEA, 2007,p.12). No Brasil a cada 15 minutos uma mulher é espancada.
Mas de nada adianta falarmos de outros países, quando no nosso temos muito do que nos envergonhar.
Segundo diversos meios de comunicação social (rádio, televisão, jornal…), a violência conjugal em Angola tem aumentado consideravelmente. A questão é, terá aumentado ou existe maior conhecimento sobre situações deste género.
Aparentemente, em 2008, foram registados cerca de 640 casos, sendo que 424 (Global Voices 2009) destas situações foram resolvidos com aconselhamento profissional e os restantes encaminhados para o órgão de justiça. Este número é superior ao registado em 2007, o que significa provavelmente que as vítimas começam a recear menos as apresenta queixas as autoridades competentes, o que por si só, representa um passo importante nos abusos.
Foi neste contexto que decide levar a cabo o estudo sobre crenças sobre violência conjugal, numa amostra de 332, sendo 163 homens e 169 mulheres.
O instrumento a ser utilizado neste estudo será escala de crenças sobre violência conjugal (ECVC),de Machado, Matos e Gonçalves (2006). O estudo teve como objetivo, analisar quais as crenças que homens e mulheres Benguelenses têm acerca da violência conjugal.
Relativamente ao resultado do estudo feito verificou-se que os homens apresentam valores mais elevados de crenças.