Prevalência da maloclusão e necessidade de tratamento ortodôntico em crianças de 12 a 15 anos da população escolar de Lamego e Tarouca
Abstract
A maloclusão, definida pela OMS como o terceiro maior problema de saúde oral, é
considerada um problema de saúde pública que traz limitações funcionais e interfere
com o bem-estar psicossocial. Para os gestores de sistemas de saúde, os estudos de
prevalência constituem a base para a definição de estratégias de planeamento e alocação
de recursos.
O objectivo deste estudo foi determinar a prevalência e a severidade das maloclusões e a
necessidade de tratamento ortodontico em crianças de idade escolar dos 12 aos 15 anos,
dos concelhos de Tarouca e Lamego, utilizando-se o Índice de Estética Dentária (IED),
relacionar este índice com o sexo, determinar a idade com maior prevalência de
maloclusão, estabelecer a relação entre a maloclusão e variáveis socioeconómicas e
demográficas.
Elaboramos um estudo transversal, do tipo observacional utilizando o IED, adotado pela
Organização Mundial de Saúde como um índice simples e aceite universalmente para
pesquisas e estudos epidemiológicos.
Os resultados revelam uma prevalência de maloclusão leve de 33.2%, definida de
30.9%, severa de 18.8% e muito severa ou incapacitante de 17.2%. Segundo o IED,
32.2% das crianças apresentam pouca ou nenhuma necessidade de tratamento
ortodôntico, 30.9% necessidade efectiva de tratamento, 18.8% tratamento altamente
desejável e 17.2% necessidade de tratamento imprescindível. Observou-se um valor
médio do IED para as crianças do sexo feminino 29.64 e para o masculino 28.79. A
idade com maior prevalência de maloclusão foi a de 13 anos. A maloclusão definida
pelo IED não foi afectada por variáveis socioeconómicas e demográficas.