O ajustamento maternal e parternal no pós-parto e a sintomatologia depressiva numa amostra de casais angolanos
Voir/ Ouvrir
Date
2012Auteur
Pereira, Isaura Maria de Fátima Assis
Metadata
Afficher la notice complèteRésumé
A presente pesquisa tem como escopo o ajustamento maternal e paternal nos pós – parto em
mães preferencialmente que tiveram o primeiro filho. Neste contexto, o estudo congrega
objectivamente conhecer o grau de depressão pós – natal (DPN), tanto nas mães como nos
pais e suas variantes qualitativas.
O estudo foi realizado numa população residente em duas cidades angolanas (Luanda e
Benguela), com uma amostra de 100 casais.
Foram utilizados os seguintes instrumentos de pesquisa: um questionário sócio-demográfico,
a Edinburgh Postnatal Depression Scale (EPDS), os questionários de percepção da
maternidade e da paternidade. Os instrumentos de colheita de dados foram aplicados de forma
directa e, deste modo, permitiram a caracterizar a amostra no que diz respeito ao estado sóciodemográfico,
a sintomatologia depressiva e a percepção sobre o ajustamento a maternal e
paternal.
Foi encontrado 36% de mães com depressão e 29% de pais com depressão. Das variáveis
sócio-demográficas, o desemprego da mãe, a gravidez indesejada/não planeada e a não
convivência com o pai do bebé foram significativos para a DPN materna, enquanto que a não
convivência com a mãe do bebé e a pretensão do pai em não ter mais filhos foram
significativos na DPN paterna. Referindo-se ao ajustamento maternal e paternal do casal,
verificou-se que há mais variáveis significativas para a DPN na percepção da maternidade do
que na percepção da paternidade. A sintomatologia depressiva no casal é maior na mãe em
comparação com o pai.
Perante esses resultados pode-se concluir que a incidência de depressão na presente amostra é
alta e justifica a necessidade de desenvolver esforços no sentido da promoção da saúde mental
dos casais em Angola. Na percepção do ajustamento à maternidade e paternidade do casal
observaram-se muitos indicadores de DPN, o que permite também sugerir que a
sintomatologia depressiva pode eventualmente criar dificuldades ao casal no seu ajustamento
à maternidade e paternidade.