Alterações Histológicas Na Cavidade Oral Consequentes Da Aplicação De Lasers Com Diferentes Comprimentos De Onda
Abstract
: Os lasers são instrumentos muito utilizados para o tratamento de lesões orais. O seu uso tem demonstrado ser útil na medicina dentária, apesar de cada tipo de laser apresentar características próprias. Várias vantagens têm sido demonstradas na utilização do laser na cirurgia de tecidos moles, em comparação com o bisturi. A hemostasia, o grande grau de descontaminação do campo cirúrgico e a diminuição da dor e inflamação pós-operatória são alguma delas. Mas, apesar de todas as vantagens inerentes à sua utilização, o laser apresenta também algumas desvantagens a considerar, pois este tipo de cirurgia provoca alterações tecidulares, como danos térmicos, que por sua vez podem dificultar o diagnóstico histológico, interferindo com o estudo evolutivo da lesão oral.
Objetivos: Este trabalho tem como objetivo proceder ao estudo histológico de amostras submetidas a vários tipos de laser, como o laser Diodo, Er:YAG (Erbium: Yttrium-Aluminium-Garnet) e Nd:YAG (Neodymium: Yttrium-Aluminium-Garnet), analisando as margens cirúrgicas, para averiguação da existência de artefactos e possível impedimento de um diagnóstico histológico.
Materiais e Métodos: Foram submetidas a estudo, 64 lesões fibroepiteliais, as quais foram divididas em 4 grupos, mediante o tipo de instrumento utilizado. Foi utilizado o laser Diodo, Er:YAG e o Nd:YAG e o Bisturi. Posteriormente foram sujeitas a estudo histológico e foram analisados vários parâmetros, como as alterações tecidulares epiteliais (núcleo, citoplasma e perda de aderência), conjuntivas (carbonização e dissecação) e alterações vasculares.
Resultados: O estudo revelou que os instrumentos cirúrgicos provocaram alterações em todos os parâmetros estudados e o que provocou mais danos foi o Diodo (com valores mínimos de danos epiteliais de 179,07µm, máximos de 1418,73 µm e com valor médio de 920,95 µm), seguido pelo Nd:YAG (com valores mínimos de danos epiteliais de 323,27 µm, máximos de 1471,27 µm e com valor médio de 897,26 µm) e por último o Er:YAG (com valores mínimos de danos epiteliais de 63,35 µm, máximos de 593,82 µm e com valor médio de 191,93 µm). No entanto, em todas as amostras foi possível realizar o seu estudo histopatológico, sem qualquer tipo de dificuldade.
Discussão/Conclusão: Foi possível concluir que os artefactos provocados pelos diferentes lasers se limitam a uma pequena área do tecido e que em nada são impeditivos de atingir um diagnóstico, por isso, podem ser utilizados em cirurgia de tecidos moles na cavidade oral.
O Er:YAG mostrou ser o tipo de laser que melhor preserva a margem cirúrgica e que menos artefactos provoca, sendo assim, o laser mais recomendado para a exérese de lesões fibroepiteliais da cavidade oral.