dc.description.abstract | Cryptosporidium é um parasita protozoário, intracelular predominantemente
gastrointestinal, que infeta diversas espécies animais, incluindo o Homem.
Muitas vezes é acompanhado pelo protozoário Giardia representando mais de
20% das infeções intestinais em crianças. Estas são normalmente
autolimitadas, podendo evoluir para infeções crónicas. No entanto, vêm
assumindo uma importância crescente em doentes imunocomprometidos.
Estudos recentes, realizados em Portugal, indicam uma prevalência de 2,9%
de giardíase em pacientes imunocompetentes, e uma prevalência de 4,1% e
2,3% de Criptosporidiose e giardíase, respetivamente, em pacientes
imunodeprimidos. O tratamento em humanos faz-se recorrendo geralmente a
macrólidos e antiprotozoários, mas que não têm demonstrado elevada eficácia.
Sabe-se, hoje em dia, que este parasita pode ser transmitido através da
ingestão de água, o principal vetor de transmissão ou através de alimentos
contaminados. A transmissão oral-fecal tem também uma importância
considerável neste processo.
Os tratamentos convencionais realizados na água de consumo (rede
distribuidora e ETAR), não apresentam total eficácia na viabilidade do parasita,
aumentando assim o risco para a saúde pública.
A publicação recente do genoma completo do Cryptosporidium parvum tem
providenciado avanços significativos na compreensão dos mecanismos de
invasão deste parasita e no desenvolvimento de alvos moleculares para a
deteção e para a imunoterapia.
Já se encontram identificadas várias espécies de Cryptosporidium, entre as
quais C. hominis, C. parvum, C. meleagridis, C. felis, C. canis, C. suis e C.
muris. Contudo as mais comuns em humanos são as infeções por C. parvum e
C. hominis.
Torna-se portanto essencial desenvolver atividades para caracterizar
antigénios relevantes na invasão e infeção de células epiteliais do hospedeiro,
e no imunodiagnóstico.
O objetivo primordial deste projeto consiste na identificação e
caracterização dos antigénios de Cryptosporidium essenciais no processo de
infeção e invasão, e a produção de anticorpos que reconheçam estes antigénios, passo fundamental para um futuro controlo e tratamento destas
infeções.
Esta caracterização de antigénios-alvo ao nível molecular é essencial para
melhorar testes de viabilidade e para a avaliação de abordagens
imunoterapêuticas. Já se encontram identificadas as glicoproteínas de
Cryptosporidium expressas durante o processo de invasão e infeção das
células hospedeiras, tais como, CP12, GP900 ou TRAP-C1.
Neste projeto, iremos focar-nos nas proteínas, Cryptosporidum parvum
Cpa135 (CryptoSA35), implicada na fase de invasão do parasita, e
Cryptosporidum parvum SA40 (CryptoSA40) presente na membrana interna da
forma infetante de oocisto. | pt_PT |