Análise da posição e erupção do canino maxilar permanente em casos de agenesia do incisivo lateral maxilar
Abstract
A agenesia dentária é a ausência congénita de um ou vários dentes e define-se
como um dente que não erupcionou na cavidade oral, não é radiograficamente visível nem
foi extraído ou perdido acidentalmente. A agenesia do Incisivo lateral maxilar, surge com
bastante frequência na prática clínica ortodôntica. A deteção e diagnóstico precoce desta
má-oclusão dentária é essencial para a avaliação do paciente e determinação do plano de
tratamento mais adequado.
Um dos principais objetivos deste estudo incidiu na análise de quais as alterações
que ocorrem no posicionamento do canino superior permanente em pacientes com agenesia
do incisivo lateral maxilar, comparando com indivíduos sem agenesia.
Este estudo retrospetivo, observacional, transversal. A amostra populacional
compreendeu crianças com idades entre os 5 e os 12 anos que constam nos arquivos do
ficheiro clínico da Unidade Serviços de Saúde Gandra da C.E.S.P.U., entre os anos de 1993
e 2013.
Efetuou-se a seleção da amostra dividindo os casos por 3 grupos, um grupo de
pacientes com agenesia unilateral do incisivo lateral maxilar, nos quais foi efetuada uma
análise intraindivíduo, um grupo em que foram contemplados indivíduos com agenesia
bilateral e um terceiro grupo de controlo com pacientes sem agenesia do incisivo lateral
maxilar (AILM). Estes dois últimos grupos foram emparelhados para comparação
interindivíduo, sendo este emparelhamento feito por sexo e estado de maturação do canino
maxilar (CM). Avaliou-se também do tipo de crescimento nos pacientes com AILM,
relacionando-a com a inclinação do CM.
Verificaram-se alterações de posicionamento do canino maxilar nos casos de
agenesia do incisivo lateral maxilar quando comparado com casos com presença do incisivo
lateral maxilar.
Na avaliação do tipo de crescimento vertical, houve uma distribuição pelos 3 tipos de
crescimento (hipodivergente, normodivergente e hiperdivergente), e apesar de parecer haver
uma relação de inversa proporcionalidade entre a angulação do CM e o plano mandibular, os
dados não foram suficientes para chegar a esta conclusão inequivocamente.