A motricidade fina em estudantes de medicina dentária: comparação enrre os estudantes dos 1º e 5º anos
Abstract
O presente estudo pretendeu investigar a performance da motricidade
fina (MF) em jovens estudantes de Medicina Dentária, comparando prestações
no 1.º Ano e no 5.º Ano, tanto do género feminino quanto do masculino.
A partir da definição dos objetivos específicos - (i) Verificar se existem
diferenças na MF em função do nível de formação; (ii) verificar se existem
diferenças de MF em função do género, atendendo à sua preferência manual;
(iii) Analisar a associação entre os resultados da MF e o ano de formação, o
género e a preferência manual – foram formuladas as hipótese que nortearam o
desenvolvimento da investigação.
A amostra foi constituída por 158 alunos pertencentes aos cursos de
Medicina Dentária do ISCS-N/CESPU e da Faculdade de Medicina Dentária da
Universidade do Porto (FMDUP), 66 dos quais inscritos no 1.º Ano e 92 no 5.º
Ano. A média de idades no 1.º Ano foi de 19,47 anos e no 5.º foi de 23,91 anos.
91 alunos pertencem ao género feminino e 67 ao masculino.
Como instrumentos, foi utilizado o questionário Dutch Handedness
Questionnaire para avaliação da preferência manual e sua intensidade e o teste
motor Purdue Pegboard Test para a avaliação da MF.
Os resultados obtidos permitiram concluir que: (i) 5,7% dos sujeitos da
amostra são sinistrómanos, sendo 3,16% feminino e 2,43% masculino; (ii)
Observaram-se diferenças estatisticamente significativas nas tarefas unimanuais
e simultâneas (MP, MnP e AM) quando comparados os alunos do 1.º Ano e do
5.º Ano, com vantagem para estes, sugerindo uma alteração positiva; (iii)
Comparada a performance nos testes de MF entre géneros, no 1.º Ano apenas
se registou diferença estatisticamente significativa no teste MP com vantagem
para o género feminino. No 5.º Ano verificou-se vantagem estatisticamente
significativa do género feminino para todos os testes manuais; (iv) Não foram
observadas diferenças estatisticamente significativas em nenhuma das restantes
variáveis. Comparadas a associação entre os resultados da MF relativamente ao ano de
formação, ao género e à preferência manual, foi possível verificar que apesar de
se ter observado uma evolução positiva nos resultados dos testes unimanuais e
trabalho manual simultâneo entre o 1.º e o 5.º Anos, a correlação estabelecida
foi baixa. Verificou-se também uma baixa correlação entre a performance e o
género, com alguma vantagem para a performance feminina, não se tendo
encontrado correlação entre a preferência manual e a MF.