Promoção da Saúde Mental Positiva em contexto escolar
Abstract
Este relatório tem como objetivo refletir sobre o percurso formativo e pessoal
desenvolvido ao longo do Mestrado em Enfermagem em Saúde Mental e
Psiquiátrica. A Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica tem como
responsabilidade identificar fenómenos cruciais para o desenvolvimento do
potencial humano e sua adaptação a diferentes contextos de transição. As
experiências adquiridas nos estágios e o conhecimento teórico possibilitaram o
aprimoramento de competências gerais e específicas na atuação do Enfermeiro
Especialista em Enfermagem de Saúde Mental (EEESMP). Antes da realização dos
estágios profissionais, foi conduzida uma revisão integrativa da literatura sobre
"Impacto de Programas de Saúde Mental Positiva em Adolescentes". Destaca-se a
importância de implementar intervenções psicoterapêuticas no âmbito do EEESMP
para promover a literacia em saúde mental positiva entre adolescentes, tema central
deste percurso formativo.
A adolescência é uma fase de grandes transformações emocionais, cognitivas e
sociais, tornando-se um momento crítico para a promoção da saúde mental positiva.
Keyes (2002) define saúde mental positiva como o estado de bem-estar onde os
indivíduos não apenas estão livres de transtornos mentais, mas também funcionam
de forma plena, com sentido de realização e propósito. Lluch (2013) destaca que a
promoção de saúde mental positiva vai além da prevenção de doenças mentais,
enfatizando o fortalecimento de competências emocionais e sociais que contribuem
para o bem-estar dos jovens. Segundo ela, “a saúde mental positiva não é apenas a
ausência de distúrbios, mas a capacidade de desenvolver uma personalidade
equilibrada, que se adapta de forma saudável aos desafios do cotidiano”.
A criação de um ambiente escolar acolhedor e positivo é crucial para a promoção da
saúde mental entre os adolescentes. Stewart-Brown (2006) destaca que esse ambiente favorece a autoestima e a resiliência emocional dos estudantes. Lluch
(2013) complementa, afirmando que “um ambiente escolar que estimula a empatia,
o respeito mútuo e o apoio emocional contribui decisivamente para o bem-estar
mental dos estudantes”. Assim, é necessária uma abordagem integrada que envolva
educadores e a comunidade escolar na criação de um ambiente de apoio e inclusão.
A capacitação dos educadores para identificar sinais precoces de dificuldades
emocionais e implementar estratégias eficazes de apoio é fundamental. Durlak e
DuPre (2008) enfatizam que a implementação de programas de saúde mental
requer um planejamento estruturado e o envolvimento de todos os atores escolares,
garantindo a eficácia das intervenções. Lluch (2013) ressalta que “o papel dos
educadores é essencial, pois eles estão em contato direto com os adolescentes e podem
identificar e intervir precocemente nos casos de sofrimento psicológico”.
Durante os estágios realizados, foram implementadas diversas intervenções
psicoterapêuticas, com destaque para a psicoeducação, a qual se mostrou a mais
utilizada.