Atendimento em cuidados paliativos pediátricos: a perspectiva dos profissionais de saúde - médicos
Abstract
Os CPP são, de acordo com a OMS (1998), o “cuidado activo total da criança, corpo, mente e espírito e que envolve também o apoio à família” (Benini, Spizzichino, Trapanotto & Ferrante, 2008). Em Portugal, verifica-se a ausência de estratégias especificamente definidas para a área pediátrica e, ainda mais, no que diz respeito a este tipo de cuidados. Neste sentido, o presente estudo tem como objectivo o levantamento das perspectivas/percepções de uma amostra de profissionais de saúde . À amostra, composta por Médicos (n=13) de vários hospitais portugueses: Hospital de S.João E.P.E.; Centro Hospitalar do Porto; Centro Hospitalar Póvoa do Varzim/ Vila do Conde e Instituto Português de Oncologia do Porto, administrou-se o questionário, traduzido e adaptado de “A Pediatric Palliative Care Institucional Self- Assessment Tool (ISAT) - UnitForm”(Levetown, Dokken, Fleischman, Heller, Jose, Rushton, Truog, & Solomon, 2002). Os resultados obtidos revelaram a necessidade de uma equipa especializada em cuidados paliativos pediátricos de carácter multidisciplinar, com competências comunicacionais e com formação em cuidados centrados na família. Uma equipa especializada no controlo da dor à disposição dos pacientes na unidade, revela-se igualmente útil. Atender às necessidades (físicas, emocionais, sociais e espirituais) da criança e sua família é imprescindível neste tipo de cuidados, assim como o apoio no luto (incluindo o luto antecipado). As necessidades de quem cuida (cuidados com os cuidadores profissionais) devem ser igualmente atendidas. Entende-se, que apesar de não existir uma unidade de CPP, quando se trata de um caso paliativo, os profissionais de saúde, tendem a proporcionar à criança e sua família, um ambiente que se aproxime daquele que é esperado, quando o objectivo é exercer este tipo de cuidados, utilizando para isso, os recursos que estejam disponíveis e que existem na unidade.